O eixo reflexivo desta obra é a questão da Coordenação do Trabalho Pedagógico. Trabalho pedagógico é o âmago das instituições de ensino, na medida em que o seu núcleo é o trabalho com o conhecimento, que, por sua vez, é a especificidade da escola, constituindo-se como a grande finalidade da práxis educativa.
“A avaliação é, na prática, um entulho contra o qual se esboroam muitos esforços para pôr um pouco de dignidade no processo escolar. O autor não se assusta: analisa com rigor e abrangência, propõe firme e inovadoramente, aponta caminhos com tranquila e, ainda assim, excitante dialeticidade”.
Por uma série de distorções históricas, o planejamento, seja como Projeto de Ensino-Aprendizagem ou Projeto Político-Pedagógico, acabou ficando marcado, na representação dos educadores, tanto pelo ‘Impossível’ (não é possível planejar de forma autêntica), quanto pelo ‘Contingente’ (não é necessário, da maneira como vem acontecendo não resolve).
A avaliação da aprendizagem vem se constituindo um sério problema educacional desde há muito tempo. A partir de década de 60, no entanto, ganhou ênfase em função do avanço da reflexão crítica que aponta os enormes estragos da prática classificatória e excludente: os elevadíssimos índices de reprovação e evasão escolar, aliados a um baixíssimo nível de qualidade da educação escolar tanto em termos de apropriação do conhecimento quanto de formação de uma cidadania ativa e crítica.
O professor anda perplexo com tudo aquilo que vem acontecendo com ele, com a escola e com a sociedade. Há uma profunda mudança na relação Escola-Sociedade e parece que não nos demos conta suficientemente disto.
Quando se fala em currículo, é comum entre os educadores a referência aos conteúdos e às formas de sua distribuição (grades). Ao assumirmos a Atividade Humana como Princípio Educativo do Currículo fazemos toda uma reflexão sobre a construção do quadro de saberes necessários para a formação dos educandos.
Muitas vezes, diante das dificuldades no trabalho cotidiano e das contradições apontadas na avaliação, pode parecer que o mais importante é buscar logo uma mudança da prática dos educadores. Neste sentido, refletir sobre as distorções da avaliação seria perda de tempo, já que deveríamos é nos preocupar com novas práticas. Embora mudar a prática seja decisivo —visto que o que pode mudar o real são as ações e não as ideias por si—, a análise mais atenta dos processos de mudança tem revelado que o problema central não é tanto mudar a prática, mas transformar a realidade, o que significa dizer que não é qualquer mudança que nos interessa.
A situação em sala de aula anda explosiva. Talvez nunca tenha estado tão difícil ser educador como nos dias atuais. A questão da (in)disciplina emerge fortemente. Estamos vivendo uma crise geral de paradigmas. Sabemos, muitas vezes, o que não queremos, mas não temos exatamente certeza do rumo a ser tomado. Isto tanto em termos pessoais, quanto institucionais e sociais.
"O conhecimento é a grande categoria do processo educacional. É estratégia fundamental e privilegiada de vida, de uma vida práxica que se constrói, histórica e socialmente, no cotidiano que emoldura a catalisa nossas experiências. O conhecimento é mediação central do processo educativo. E aí ele se constrói concretamente, supondo evidentemente intencionalidade, metodologia e planejamento".
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